quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Mulheres Submissas


Mulheres Submissas

Fala-se muito sobre sadomasoquismo e jogos sexuais de dominação de modo geral. Entre os baunilhas (ou seja, gente que faz sexo chato, do ponto de vista de quem faz sexo interessante), o assunto volta e meia vira moda. Na época da Tiazinha, foi uma comédia, aquelas revistas femininas todas, uma mais machista que a outra, recomendando dar umas palmadinhas para, finalmente!, agradar seu homem. Enfim, na enorme antologia de bobagens que se falou sobre o assunto desde “O Fetichismo”, de Freud, uma das piores é a seguinte: existem muito mais mulheres dominadoras do que submissas.
De fato, se você entra num ambiente sadomasoquista, seja festa, clube ou site (eu só sei de ouvir falar, pois jamais entraria num lugar desses, vixe!), é impressionante a desproporção: para cada mulher amarrada e amordaçada, existem vinte homens se arrastando pelo chão, levando tapas e cuspidas na cara; para cada homem de chicote na mão, existem vinte mulheres enterrando os saltos de suas botas de couros no lombo de algum tapete humano. Então, o senso comum parece óbvio como qualquer outra grande bobagem: existem muito mais mulheres dominadoras do que submissas.
Mas não é bem assim, claro.
   Gozo En-Cena: Sobre o Masoquismo e a Mulher, O
Algumas das mulheres mais dominadoras que conheço vivem vidas completamente sadomasoquistas sem jamais terem ido a festas fetichistas, vestido roupas de couro ou chicoteado alguém. Não fosse pela internet, talvez nem tivessem ouvido falar de nada disso, e não teria feito diferença alguma. Graças às maravilhosas técnicas de acasalamento humanas (que, por incrível que pareça, quase sempre acabam juntando gente que se merece), encontraram homens que gostam tanto de serem tiranizados quanto elas gostam de os tiranizar.  Fantasma de Alice: Obscuros Caminhos do Masoquismo Feminino
Tenho um amigo que, apesar de baunilhão, é mais capacho do que qualquer um que nunca encontrei nessas festas sadomasoquistas que nunca fui. O homem, lindo, cobiçado e disputado pela mulherada, estava namorando há muitos anos, relação séria e comprometida. De repente, jogou tudo pro ar e começou a namorar outra, assim fora do nada. Em menos de um mês, estavam casados. Hoje, ele não dá um passo sequer sem pedir permissão. Chega a ser fofinho: o grupo decide fazer qualquer coisa, ir a qualquer lugar, e ele some pra um canto com o celular e, na maioria das vezes, volta com um bico enorme, choramingando: “poxa, não vai dar pra eu ir com vocês…” Os amigos fazem pouco, mas eu defendo: cada um sabe do que gosta. Tem gente até que gosta de lamber pé sujo.
  Cama Redonda de Maria Beatriz: Fantasias & Fetiches
Para a maioria das mulheres dominadoras, entretanto, não é tão fácil assim viver seus desejos. Depois de muitas tentativas frustradas de encontrar um capacho na baunilholândia (quase sempre, nem mesmo sabem o que estão procurando), acabam descobrindo o sadomasoquismo e se vêem obrigadas a vestir espartilhos e botas de couro para encontrar o escravo dos seus sonhos, homens que limpem suas casas vestidos de empregadinhas enquanto elas gastam seu dinheiro e riem deles.
As mulheres submissas, essas sortudas, têm uma vida muito mais fácil. Já na escola, seu instinto as leva diretamente aos meninos mais machistas e mais canalhas, que terão todo o prazer em tratá-las como os capachos que adoram ser. Em pouco tempo, estarão casadas e embuchadas, limpando a casa e cuidando dos filhos enquanto o maridão faz a festa com as vagabundas da vizinhança. E, aos fins-de-semana, ainda vão preparar churrasco pros amigos dele, limpar tudo depois e ainda suspirar com o tesão de uma mulher completamente realizada quando ele lhes der um tapa na bunda e disser: “Vai pegar mais cerveja pra rapaziada, muié!” Ao contrário das pobres dominadoras, a esmagadora maioria das submissas não precisa colocar uma coleira no pescoço e freqüentar ambientes sadomasoquistas para encontrar sua mais perfeita cara-metade.
Ou seja, não é que não existem mulheres submissas. É que, ao invés de reconhecermos o seu fetiche, as chamamos simplesmente de “mulheres à moda antiga”.
 Dicionário de Fetiches & BDSM

Fonte: http://interney.net/blogs/lll/2008/09/17/mulheres_submissas/

4 comentários:

  1. Olá Mestre DosDesejos...
    Acabo de conhecer seu cantinho... Seguindo-te...
    Beijokas sedutoras em você... Madame K...
    http://seduzirossentidos.blogspot.com.br/

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Oi Mestre DosDesejos, muito obrigada pela magnifica leitura que acabei de ter com certeza a maioria das mulheres da Baunilholândia se identificam no quesito "vai pegar mais cerveja pra rapaziada muié"! bjux

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